sexta-feira, 10 de junho de 2016

PINK FLOYD – UMA HISTÓRIA ETERNA


Decorria o ano de 1965, quando 4 estudantes de Cambridge, em Londres, pensaram em formar um grupo rock, porventura sem nunca imaginarem no sucesso que iriam alcançar e na revolução do panorama musical que estavam prestes a iniciar. Syd Barrett, Roger Waters, Richard Wright e Nick Mason, estavam a dar início àquela que ficará para sempre como uma das mais influentes bandas de rock que a história já conheceu!

Inicialmente, foi a criatividade e o génio de Syd que mais se notou, influenciando a música do quarteto com as suas visões psicadélicas, as suas linhas de guitarra bem expressivas e composições imaginativas. Também teve um papel determinante na escolha do nome da banda. Depois de vários nomes, como por exemplo, Sigma 6, acabam por adoptar o nome de Pink Floyd, em homenagem a duas lendas do ´blues´, Pink Anderson e Floyd Council. A notoriedade do grupo começa a ganhar forma, o rock progressivo e psicadélico começa a marcar o seu espaço, levando-os a actuar em pequenos espaços do chamado “underground” londrino. 
Foto dos Pink Floyd
Única foto disponível dos 5
 durante a transição

Porém, nem tudo o que parece é! Rapidamente Syd começa a ver a sua saúde mental a degenerar, fruto do consumo exagerado de LSD, o que acaba por levar ao seu afastamento em 1968, entrando para o seu lugar David Gilmour, também ele um colega dos tempos de escola e quem o ensinou a tocar guitarra. Gilmour já tinha sido chamado diversas vezes para substituir Syd, nomeadamente em actuações ao vivo, tentando, assim, “disfarçar” as derivações alucinadas de Syd. Para a posteridade fica o seu contributo nos dois primeiros álbuns, “The Piper At The Gates Of Dawn” de 67 e “Saucerful Of Secrets” de 68. 

Após a saída de Syd, o grupo começa a fugir um pouco do rumo inicialmente traçado, ao optar por um som mais elaborado, experimentalista e com letras mais refinadas. Aos poucos, Waters torna-se no principal compositor, letrista e líder do grupo. Sob a sua batuta, os Pink Floyd atingem a consagração plena. Durante a década de setenta, os Floyd lançam dois dos álbuns mais marcantes na história do rock: “The Dark Side Of The Moon” e “The Wall”, o primeiro em 73, o segundo em 79. Pelo meio, editam “Wish You Were Here”, em 75, um álbum de homenagem a Syd, entretanto convertido à reclusão e à pintura, isto depois de uma curta passagem por uma carreira a solo sem grande sucesso. Syd morre a 7 de Jullho 2006, na sua casa em Cambridge, aos 60 anos. 
The Dark Side Of The Moon

Paradoxalmente, o domínio de Waters torna-se de tal maneira asfixiante que começam a surgir os primeiros sinais de divergência entre os elementos da banda. Ficarão para sempre na memória os conflitos entre Waters e Gilmour sobre o rumo seguido, a imposição das ideias de Waters em detrimento das de todos os outros, as batalhas jurídicas em torno do nome do grupo, das músicas e do material cénico que cada um poderia usar, ou ainda o episódio caricato da expulsão de Wright durante as gravações de “The Wall”, para de seguida voltar a ser “reintegrado” mas apenas como músico contratado. 

O extremar de posições levou à saída de Waters pouco tempo depois do lançamento de “The Final Cut”, em 83, tornando-se definitiva em meados de 85, o que não impediu que as desavenças entre ele e Gilmour se mantivessem durante mais de 20 anos. Durante este período, os Pink Floyd ainda editam mais dois álbuns de estúdio e um ao vivo, enquanto Waters prosseguia a sua carreira a solo. 

A reaproximação entre ambos foi acontecendo aos poucos, tornando-se uma realidade em Julho de 2005 quando os 4 voltaram a reunir-se pela última vez para uma participação memorável no Live 8. Richard Wright morre em Setembro de 2008, aos 65 anos, pondo definitivamente de parte a ideia, entretanto criada, de que ainda era possível os Pink Floyd voltarem a serem o que eram. Em 2012, Gilmour e Mason reabriram o baú das memórias, tendo encontrado muito material com a chancela de Wright e que não tinha sido utilizado na gravação de “The Division Bell”, o último álbum editado em 94. Dois anos depois, editam em sua homenagem, “The Endless River”, aquele que, muito provavelmente, será o último disco de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos! 
Pink Floyd - Live (Pulse 1994)

Felizmente, eu e mais 120 mil portugueses, tivemos o enorme privilégio de assistir aos 2 concertos memoráveis no velho José de Alvalade, em Julho de 94, na única visita que fizeram ao nosso país! Uma produção gigantesca, tanto no aspecto cénico (palco, iluminação, lasers) como no sonoro (som em quadrifonia). Os espectáculos muito elaborados sempre caracterizaram as actuações ao vivo do grupo, muito longe do simplismo evidenciado num outro espectáculo extraordinário realizado nas ruínas de Pompeia, decorria o ano de 1972, onde tocaram num anfiteatro romano sem público. 

Mais uma originalidade Pink Floyd, com certeza!

Sem comentários:

Enviar um comentário